Enquanto recebia orientações para ter acesso a um defensor público, Josineia Rocha Coutinho gritou com uma atendente preta e exigiu ser atendida por uma pessoa branca
Uma mulher de 37 anos foi presa por racismo em uma unidade da Defensoria Pública do Espírito Santo, em Jardim Limoeiro, na Serra. O fato ocorreu na tarde de terça-feira (5), após Josineia Rocha Coutinho, durante atendimento, gritar com uma funcionária preta e exigir ser atendida por uma pessoa branca. A mulher ainda teria ofendido outras pessoas no local.
Conforme boletim de ocorrência da Polícia Militar, Josineia estava recebendo orientações sobre a documentação que ela precisaria apresentar para ter acesso a um defensor público. Nesse momento, a mulher de 37 anos começou a se alterar, exigindo ser atendida por uma pessoa branca, não pela atendente preta que a estava orientando até então.
Aos militares que atenderam a ocorrência, Josineia relatou que procurou a defensoria porque ela ganhou uma casa da Prefeitura da Serra e a residência foi invadida. Ela disse que ficou insatisfeita com a quantidade de documentos que estavam sendo pedidos, como comprovante de renda, documentos da casa, entre outros. Nas palavras dela que constam no boletim, ela afirma que a funcionária era "apenas uma atendente".
A Polícia Civil informou que a suspeita, conduzida à Delegacia Regional da Serra, foi autuada em flagrante por praticar, induzir ou incitar a discriminação, ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Ela foi encaminhada para o Centro de Triagem de Viana (CTV).
Josineia foi levada para o Instituto Médico Legal (IML), em Vitória, para passar por exames antes de ser levada ao presídio nesta quarta-feira (6). O repórter Caíque Verli, da TV Gazeta, esteve no local e fez contato com ela. A mulher negou o crime, mas não quis dar detalhes sobre o ocorrido.